quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

pt. 1

Ela estava confusa, não sabia mais o que fazer.  Todos os seus planos estavam correndo por água abaixo. Seu namoro não andava muito bom e seus pais haviam acabado de se separar, o que foi mais um baque surdo em sua mente.
Sua mesada foi cortada, pois sua mãe, que era quem lhe dava dinheiro sempre, precisou se mudar, e agora sustentava sozinha uma casa. Seu pai nunca fora a favor de mesadas, sempre disse que dinheiro se conquistava com muito trabalho.
Suas amigas, sempre muito ricas, esbanjavam dinheiro e poder, e ela não pertencia mais a esse mundo. Seu namorado não conseguia entender de onde vinha tanto orgulho em não aceitar sequer um presente.
As coisas na faculdade também não estavam boas. Ela começou a sentir na pele o que é a frustração de não saber quem é ou o que quer fazer. O curso que escolheu já não a satisfazia, não conseguia mais ver futuro. Ela perdera a luz no fim do túnel.

Depois de um dia de brigas e discussões, ela foi caminhar na beira da praia. Sentou bem no alto da pedra do Arpoador e observou o por do sol. Depois somente observou o mar que vai de encontro à morte e dela sobrevive. Se deixou absorver pelo som das águas que se atiram nas rochas, pra voltarem pro sei leito e descansar em paz.
Refletiu bastante e pensou em se entregar, assim como o mar, ao seu fim trágico e cruel. Ligou para o namorado, terminando tudo. Ligou pra mãe e disse que a amava. Ligou pro pai e disse que, apesar de todos os desentendimentos e todas as vezes que ela chorou por causa dele, ela também o amava. E se jogou.
Sentiu seu corpo bater inerte nas rochas, sentiu o peso das águas empurrando sua matéria para o fundo, sentiu o sal da água em seus lábios, sentiu medo, seguido de uma sensação de alívio, por não ser mais um peso pra todos que ela amava.
E depois não sentiu mais nada.


CONTINUA...

4 comentários:

  1. Nossa... bem pesado. Gostei bastante, apesar de ser meio procuante. Ilustra bem a cabeça de um jovem que acaba de se deparar com o mundo. Todos passamos por momentos que queremos nos jogar das pedras. Mas eu prefiro a beleza triste do por do sol. Espero a próxima parte, até mais!

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  2. A vida faz mesmo a gente querer se jogar nas pedras e se deixar levar pelas ondas, pra longe de todos os problemas.
    É uma saída mas..será que é uma solução?

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  3. Po,eu acho que a personagem deveria ter mais coragem..enfrentar os seus problemas de frente e acreditar que ela é capaz de mudar essa situação. Não se matar.

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  4. iih..mas continua.. espero que td termine bem com ela. :)

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