quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Ela grita um grito mudo
Não quer ser ouvida
Ela teme ser ouvida
Teme que aquele que a ouça
Desmereça o que sente

Ela precisa de ajuda
Pede socorro
Mas ninguém a ouve
Ninguém entende

Cada dor, cada lágrima derramada
Não são apenas meros detalhes
São tentativas do corpo de pôr pra fora
Aquilo que não consegue mais processar

Ela tenta se esconder em sorrisos falsos
Como uma máscara
E tentativas de abraçar a todos
Como um esconderijo

Ela não sabe quanto mais pode suportar
Teme explodir
E sabe que se explodir
Poderá perder a quem ama
Com estilhaços grandes demais pra suportar

Ela só queria saber como explicar o que sente
Mas, como explicar aquilo que não tem explicação?
Como fazer entender que essa dor vai de nada a lugar nenhum?
Como fazer alguém entender aquilo que nem ela entende?

sexta-feira, 3 de julho de 2015


Explodir.
Despejar sentimentos que estão engasgados.
Por pra fora aquele ossinho que fica preso na garganta.
Mas, o que fazer quando se quer explodir na hora errada?
Quando o momento não é o mais oportuno?
Quando o motivo da explosão não faz ideia do que está acontecendo?
O que fazer?
Ficar com essa dor, com esse peso cravado no peito? Abrir o jogo e confessar? Ou ser covarde e atirar em alguém que não sabe que é o alvo?

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Ela está sufocada. Quer esvaziar, mas o grito fica preso na garganta.
Começou a caminhar. No caminho, decidiu correr.
Ela precisava fugir. Fugir de todo aquele peso. Toda aquela pressão.
Ela não sabe mais o que fazer. Precisa se libertar de toda essa sombra. Mas o peso nas costas não deixa as amarras se soltarem.

Na fuga, sente o vento cortante da noite gelada batendo no rosto. Chega a quase doer.
Porém essa quase dor é reconfortante.
Ela se entrega à noite como uma ninfa ao seu amado.
Ela está só, mas essa solidão lhe cai bem pelo menos uma vez.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Quando a vida te da porrada, uma atrás da outra, quando as consequências das burradas que você faz barram todo o nível suportável de dor e angustia, quando tudo isso acontece, o medo é uma presença constante. O desejo de encerrar tudo ali, de maneira definitiva, parece ser o único pensamento são. Mas a covardia é tamanha que nem isso você é capaz de fazer.

segunda-feira, 9 de março de 2015


Abro os olhos e fico eufórica.  Estou completa, cheia de mim.
Fecho os olhos e vejo seu rosto. Meu coração transborda de prazer. Pensar que nossos corpos, nossas mentes, tudo se completa. Não completam duas metades. Completam sim dois inteiros. Pois somos dois, e esses dois juntos ainda são dois.
Sua ausência não dói, não há de doer. Pois não preciso de mais nada além de mim pra ser eu.
Sua presença me encanta, me alegra, me faz apaixonar. Ainda preciso de você pra me acompanhar.
Segure minha mão e vamos seguir juntos pela estrada de tijolos amarelos, e ver até onde conseguimos chegar antes de enjoarmos da euforia de sermos dois.

domingo, 8 de março de 2015

Esse é um daqueles malditos momentos em que não ter com quem conversar dói mais do que o assunto em si.
Queria apenas poder desabafar, contar o que aconteceu, como eu me sinto sobre isso, e poder tirar o peso do peito.
Mas não posso, não tenho com quem.
Dói saber do que eu sei, dói imaginar as coisas que eu imagino, quero poder colocar isso pra fora, quero poder me abrir e contar tudo o que tem acontecido comigo. Mas... Acho que nesse momento, ninguém iria compreender.
Também pudera. Quem vai entender que uma pessoa que se diz madura e que adotou uma vida de promiscuidades chora antes de dormir? Quem vai acreditar que essa pessoa que se diz livre e aberta e desimpedida também ama, também sente ciúmes, também sofre por estar sozinha numa tarde de domingo?
Quem além de você?

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Dormi e sonhei.
Uma noite cheia de pesadelos e sonhos vazios. Uma noite cheia de visões doloridas dos meus medos mais fúteis e vis.
Uma noite cheia de demonstrações de como tudo isso vai terminar.
No fim da festa, quando todos já estiverem cansados de ficar fora de casa, quando todos quiserem paz e sossego, verei cada um voltando pra sua metade, cada um voltando pra sua casa, cada um com os seus.
E eu? Eu vou ficar só, arrumando a bagunça que foi deixada pra trás. Arruinada e vazia. O que me restará? As lembranças boas de uma festa feliz, aonde eu me diverti ao máximo, aonde eu cheguei no meu ápice, aonde cheguei no clímax, aonde eu me libertei e me soltei e me doei. E no fim, serão apenas eu e as lembranças. Agora não tão felizes, um tanto amargas. Lembranças que serão minhas, e somente minhas. De mais ninguém.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sim, dessa vez pode confiar que é pra você. ^^

Eu sei que você lê isso aqui, e talvez seja o único, então essa foi a maneira mais fácil que achei pra te agradecer sem sair correndo pra de fato falar com você. Eu sei que agora não é exatamente o melhor momento. E, se eu for esperar o amanhã, talvez não consiga dizer com tanto entusiasmo o que estou sentindo agora.


Queria dizer que você foi a melhor coisa que poderia me acontecer nesse momento da minha vida. Um momento cheio de reviravoltas, aonde eu decidi que quero fazer tudo aquilo que eu sempre quis fazer, mas nunca tive exatamente a iniciativa necessária pra dar o primeiro passo. Acho que eu sempre achei que não conseguiria começar, ou não acharia o lugar certo, ou não conseguiria a motivação necessária.
Você faz tudo parecer tão fácil e divertido. Acho que já falei o quanto você está me ajudando, mas não sei se consegui fazer você entender o quanto isso é importante pra mim. Não sei se em 100 anos eu conseguirei fazer você compreender a importância que você está tendo pra mim agora. E ainda não sei como te agradecer por todo esse carinho que você está tendo por mim.

Acho que eu nunca consegui explicar muito bem o que eu queria aprender quando dizia que quero aprender música. Não quero somente o dó, ré, mi, não quero aprender a fazer meia dúzia de acordes no violão, mas não entender quando alguém me pedir pra fazer algo mirabolante como "fá menor sustenido com baixo em sétima" (não sei nem se isso existe).
Não gosto de ser mediana, não quero aprender algo pra estar na média. Também não quero saber cantar uma música ou outra com apenas uma afinação legalzinha. Quero poder chegar e falar "poxa, esse tom não tá legal pra mim, tenta fazer 'x' coisa que eu acho que funciona melhor." Sempre achei incrível quando vejo pessoas fazendo isso.
Enfim, eu não quero apenas saber fazer algo simples. Eu quero entender como funciona, quero ouvir e compreender, quero saber fazer de verdade.

Eu entrei no site, fiz cadastro, me perdi um pouquinho pra achar as coisas (sou meio tapada com essa coisa de terreno -site- desconhecido), mas consegui assistir a alguns (até o momento foram os dois primeiros da Lesson 1) vídeos. Eu acho que já me apaixonei pela leveza que os vídeos de apresentação do curso carregam. O bom humor, a proposta. Talvez não tenha tudo o que eu quero aprender em um lugar só, até porque eu quero aprender tudo. Mas eu acho que você me deu um ótimo primeiro passo (ou uma caminhada inteira), e isso é uma das melhores coisas que você poderia me dar.

Vou continuar assistindo (mas acho que vou pegar meu teclado antes, já combinei de buscá-lo na quinta feira que vem), vou praticar, vou te perturbar, pode ter certeza que vou te perturbar muito.
E, quero que você saiba que eu NUNCA me senti tão a vontade de começar algo novo e mostrar minha "fraqueza de iniciante" quanto eu me sinto com você. Nunca consegui aprender algo novo com algum amigo, ou conhecido, porque sou péssima pra aprender coisas quando me sinto acanhada. Mas meio que nada disso rola com você. Com você eu me torno a pessoa mais a vontade que eu posso ser, mesmo com toda a minha vergonha e timidez.
(acho que eu não deveria estar te contando essas coisas, mas já que eu comecei a escrever e não consigo parar, escrevo logo tudo o que eu to pensando no momento)

Enfim, é isso. Obrigada. Mil vezes, obrigada. ^^

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sabe aqueles dias em que nada parece fazer sentido? Que tudo o que você deseja é estar em outro lugar, fazendo alguma outra coisa qualquer. Você começa a se ver sozinho com seus pensamentos, se perguntando se tudo o que você faz não está completamente errado.
Aquele momento de solidão em que os pensamentos ruins insistem em querer entrar.
Aquela saudade da pessoa que te faz sorrir. E a dor de não poder encontrar.
Só mais um dia, repito pra mim mesma. Quantas vezes mais?
Só mais essa vez, só hoje, somente essa semana. Essa filosofia do "só por hoje" só funciona quando o sentimento é bom. Paixão, desejo, tesão, carinho, amor. Quando o sentimento magoa, machuca, faz doer, o "só por hoje" se torna um mantra difícil de digerir. Saudade, distância, solidão, medo. Sentimentos que crescem, que se apoderam, que enchem o peito de um peso inexplicável. Aí então, torna-se difícil acreditar que é só hoje, somente dessa vez, que amanhã vai passar. Que amanhã é um novo dia e tudo vai ser diferente.
Como eu queria que meu porto seguro estivesse aqui. Que me falasse que eu não estou fazendo nada de errado, que tudo isso não passa de coisa da minha cabeça, e que eu tenho que parar de deixar que a opinião dos outros exerçam algum impacto sobre mim.
Vamos tentar, quem sabe dessa vez dá certo.
"Fica bem. É só por hoje!"

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Domingo a noite e ela está só.
Queria estar com alguém para aquecer seu corpo, para lhe arrancar suspiros, e sorrisos.
Queria somente, talvez, alguém para lhe abraçar até que consiga dormir.
Alguém que possa segurar sua mão e lhe retirar de todos esses pesadelos que tanto a fazem chorar.
Queria os beijos que ela tanto gosta de receber, o carinho que ela gosta de dar.
O prazer que só ele soube lhe proporcionar.
Ela quer você e nada mais importa.
Gostar.
Sentimento esse tão confuso. Ou seria confundido?
Gosto dele. E gosto do outro.
Gosto do que faz bem. E as vezes do que faz mal.
Gosto de poder gostar.
Gosto da liberdade que é gostar.
Não gosto igual, gosto sempre diferente.
Porque gostar de uns é indecisão?
Porque querer mais é falta de dignidade?

Gostaria de saber em que momento foi imposto em minha vida que eu não posso gostar de alguém se não for pra ter compromisso. E que compromisso é estritamente namoro>noivado>casamento. E que eu sou obrigada a fazer isso. E que sou obrigada a gostar de um só, que também só goste de mim.
Não quero ter de fazer escolhas, não quero tomar decisões baseadas em fundamentos infundados de pessoas que não suportam a idéia de mais amor por favor.
Eu gosto de quem gosta de mim, e não ligo se ele gosta de outra além de mim. E espero que ele não se importe por eu gostar do outro.
Eu gosto de me apaixonar a cada dia por alguém diferente. As vezes é o mesmo. As vezes é o outro.
No momento estou apaixonada por você. Você que me faz bem, que me faz feliz, que me respeita, que me ama, que me entende. Você que está aprendendo a me conhecer. Você que me deixa doida. Você que me tira do chão e me leva pra ver estrelas deitada em nuvens de algodão. Sim, você.
Te quero, te desejo, sinto sua falta.
E, quem é você? Isso só eu sei. Espero que não se importe se houverem dois de você. Só por hoje. ;)

terça-feira, 20 de janeiro de 2015


O tempo todo, em todos os lugares, há sempre uma receita de como satisfazer alguém. Seja essa satisfação física, sentimental ou relacional.
Inúmeras receitas de bolo sobre como encontrar o amor perfeito, como fisgar aquele gatinho, como chamar a guria pra sair. Como fazer um sexo perfeito, cheio de passo a passo e sem muito espaço pra conversar sobre gostar ou não daqueles passos. Como ganhar uma mulher na conversa, como ser aceita pelos amigos dele.
Todas essas receitas de bolo generalizam o relacionamento de uma tal forma, que não existe espaço pro diferente. Não existe espaço pras descobertas, não existe espaço pro diálogo.
Se você não sabe porque não está satisfazendo seu companheiro plenamente, existem mil tutoriais de como fazer um bom oral (e se o cara não quiser que você chupe as bolas?). Se a sua companheira não goza com seu oral, você deve estar fazendo algo de errado (e se ela quer esperar pra gozar junto de você?).
Todos esses tutorias diminuem o diálogo aberto sobre o que gostamos ou não, sobre o que queremos ou não.
Não quero conquistar o homem perfeito, não me empurrem isso goela abaixo como  uma pílula moral.
Quero poder conquistar quem eu quiser a cada dia, e se eu não quiser ninguém em determinado dia, que isso seja normal.
Não quero casar, não penso nisso. Não quero um relacionamento sério nem um príncipe encantado.
Quero o plebeu que me faça subir pelas paredes, e que não me cobre nada no dia seguinte. E quero ter a liberdade de poder procura-lo caso eu queira subir pelas paredes de novo, sem que ele fique ponderando se sou atirada ou se quero romance.
E se eu quiser romance também? Posso querer um romance de uma noite apenas. E posso querer a putaria numa outra noite. E se eu quiser com a mesma pessoa, porque não? E se eu quiser com pessoas diferentes? Qual o problema disso?
E se um dia, depois de tudo isso, eu quiser alguém pra mim? Deveria importar pra quantas pessoas eu dei? Deveria importar quantas mulheres ele comeu? Eu acho que não.
Eu realmente acho que as pessoas precisavam de mais liberdade sexual, mais liberdade de escolha, mais "porque não?", mais diálogo aberto sobre seus próprios desejos e menos receitas de bolo, menos falso pudor.
O que o mundo precisa é dar e ser feliz.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Por ser assim, gostar de ser feliz, ja magoei muita gente com quem me importava.
Não era de propósito, não magoei porque quis. Mas, dentro de toda minha felicidade, não conseguia entender como alguém poderia pensar diferente, querer ser diferente. Eu me importava sim, mas não conseguia enxergar aquilo que era diferente.
Em algum momento no meio do caminho, passei a ser como os outros eram, ou como queriam que eu fosse. E eu até entendia como aquela felicidade podia existir, mas não era uma felicidade plena. Não podia ser. Faltava algo mais. Faltava um pouco de aventura. Um pouco de tempero.
Me contentei com aquela felicidade água e sal por mais tempo do que esperava. Me contentei com coleiras e amarras e bambolês sociais. Mas, no fim, eu já não me reconhecia.
Me desprendi de tudo, me libertei das amarras, voltei a buscar a minha felicidade. E a encontrei mais perto do que eu esperava.
Encontrei entre meus amigos pessoas que estão tão libertas dessas amarras quanto eu. Pessoas que entendem a liberdade como algo bom. Pessoas que não irão se magoar se eu for diferente.
Hoje eu vivo uma felicidade plena. Hoje eu sou livre. Hoje eu sou quem eu quiser. E é assim que eu quero ser.