quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Resoluções de Ano Novo

Quero esquecer teu cheiro. Retirar da minha pele cada toque seu. Quero que minha cama esqueça o formato do teu corpo. Que meu colo desacostume do seu peso. Quero que meus ouvidos esqueçam sua voz.
Mas, acima de tudo, quero que meu coração esqueça todo o amor que um dia te deu.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Eu estava ali, e a observava. Ela estava imersa em seus pensamentos. Olhava perdida por aquela janela, gotejada de chuva. Parecia sofrer, mas um sofrimento quase aliviado. Como se fosse o fim de algo que era inevitável.
Tentei imaginar quais angústias se passavam por aqueles pensamentos tão compenetrados, que a deixavam tão distante.
Pensei em me oferecer para dividir seu pesar, mas percebi que ela quase se sentia bem ali, deixando tudo para trás, naquilo que parecia ser sua última vinda por aquele trajeto. Trajeto que pra mim era tão comum.
Em algum momento ela voltou a si, levantou a cabeça, deu um leve sorriso e se despediu de uma vida que deixava pra trás.
Quem sabe um amor que fora amado em vão. Ou um sonho que havia se despedaçado por entre lençóis desarrumados após algumas noites de amor.
Começo a achar que aquele rosto refletido naquela janela gotejada de chuva era nada além do reflexo meu.
E hoje eu sei que aquele trajeto se tornou passado para ambas.
E que tudo não passou de uma doce ilusão.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014


As vezes é muito difícil apenas sorrir e manter a aparência de que tudo está bem (ou ficará). É difícil ser a Sra. Pensamento Positivo quando o mundo está desmoronando lá fora e tudo o que você quer é se trancar no quarto.
Essa máscara de perfeição e sorrisos e "tudo vai dar certo" já rachou. Hora de deixar cair.
Esse papel de "Miss Brightside" que eu assumi me adoece mais e mais. Novamente não me reconheço mais ao me olhar no espelho.
Nunca fui santa, nunca fui pura, nunca escondi isso de ninguém. Porém, sempre amei, sempre fiz o melhor que pude pra deixar todos felizes e satisfeitos. E agora, quem sou eu? Uma vadia egoísta e sem personalidade, que não dá valor a quem me ama, que pula de brinquedo em brinquedo, que vai de joguinho em joguinho, que quer alguém pra fazer feliz, mas não sabe mais quem.
Se me entrego de mais, sofro pois todos pensam que morro de amores. Se me entrego de menos, sofro por sentir que não fiz tudo o que estava ao meu alcance para felicidade alheia.
Sinto que sou uma puta, que dou amor e prazer, e recebo em troca o desprezo e a cara de "só amizade e causalidade, sem amor." O que ninguém entende é que meu amor é coletivo, sem cobranças e sem compromissos.
Não quero sofrer, mas, acima de tudo (inclusive de mim mesma), não quero ver ninguém sofrer.
A cada dia que passa, sinto mais e mais que não pertenço a esse mundo cheio de regras e tabus e etiquetas e hipocrisias e códigos de conduta. Sou um ser livre, de amor incondicional.
Agora eu me sinto alguém. Depois de anos sinto finalmente minha beleza e minha forma. Mas não sei ainda como me amar.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Queria desabafar, mas nem isso eu sei como fazer. Eu sei que está doendo, mas não exatamente pelo que você está pensando. Dói porque não quero perder algo bom. Não quero perder você.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A cada mentira que lhe conto, sinto que um espinho penetra em minha carne. Tudo o que eu não quero é te ver sofrer. Não quero te fazer mal. Quero cuspir toda a verdade, quero lhe contar meus desejos mais profanos, meus segredos mais ocultos. Quero que faças parte de mim. E quero fazer parte de ti.
Me deixe ser sua, faça de mim uma escrava. Me ame e me deixe te amar. Apague meu passado e siga em frente comigo, ao meu lado. De mãos dadas pra longe do abismo que cavei um dia. Me tire de perto dessa cova rasa que eu havia feito pra esperança e pras coisas boas. Não deixe que eu enterre o que há de bom em mim.
Me faça feliz. Me ensine o que é felicidade, que há muito esqueci.


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terça-feira, 15 de julho de 2014

Ela estava só, num quarto escuro e solitário. Sonhava com  o que podia ter acontecido se tivesse tomado as decisões que julgava erradas por magoar o outro que não ela.
Decisões que a fizeram sofrer a cada suspiro, se quebrar a cada briga, machucar cada vez que ouvia alguém dizer o quão errada estava.
Não queria magoar ninguém. Não queria maiores problemas. No fim, estava só. Suas únicas companhias passaram a ser o Whisky, o cigarro e os antidepressivos. Mistura complicada de lidar.
Naquela noite escura e chuvosa, repleta de raios e trovões ela sentia falta de tudo o que perdera por puro egoísmo e autopiedade. Por puro medo de largar tudo, ser feliz e seguir em frente.
Ela não suportava mais chorar antes de dormir enquanto pensava em tudo o que deixara pra trás. Já perdera a conta das vezes que acordara aos gritos, sem nenhum socorro, depois de mais um sonho ruim.
Aquela noite seria a ultima vez que derramaria uma lagrima, daria um grito de dor. Acendeu seu último cigarro, encheu seu último copo, depois de muitos naquela noite, tomou seu ultimo comprimido, depois de caixas.
Sua visão turva já estava a lhe enganar, sua cabeça rodava em uma interminável espiral, suas pernas já não aguentavam mais  peso do seu corpo. E ela enfim pôde vê-los uma ultima vez. Todos aqueles a quem amara, todos que a desejaram, todos aqueles que um dia desejou tocar. Estavam ali por ela, sorriam para ela.
Ela dançou uma ultima vez, cantou uma ultima vez, amou uma ultima vez, sorriu pela ultima vez. E, num suspiro quase interminável ela se despediu. Se despiu da realidade e da dor, se entregando plenamente ao mais puro prazer da eternidade.
E, por um ultimo segundo, enfim era feliz.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Eu queria poder gritar, chorar, sufocar. Mas não posso, estou muda. A dor se tornou parte do meu ser, a duvida é a única coisa que me define, o sofrimento se tornou normal. A mentira é tão coerente que se tornou translúcida.
Não sei mais em que canto escuro se esconde o meu eu. Aquela que chamam de verdadeira personalidade, de verdade só o nome.
A pureza do ser deixa de ser quando as outras mentes maculam o inalcançável. Quando a incoerência se torna inabalável, então eu sei que a loucura está presente, sempre soube. E sei que não posso mais mudar. Não consigo mais sair do emaranhado de mentiras e promessas vãs.
Só me resta estampar o sorriso amarelo no rosto e seguir em frente. Fazer de conta que assim eu sou feliz.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Sabendo que não podia, foi.
Depois de feito, fez-se.
Sendo a mesma, reinventou-se.
Renasceu pro ontem, jamais esquecendo do amanhã.
Viveu o hoje sem viver jamais.
Eu me apaixono o tempo todo, todo dia, nos momentos mais inusitados. E nem sempre é pelo mesmo.
Todos temos pequenos amores de minuto. Aquele olhar de alguém interessante no ônibus, aquele amigo bobo que sabe exatamente como te fazer sorrir, aquele avaliador que de tão simpático e educado te faz esquecer que aquilo ainda é uma prova. Aquela vendedora que consegue encontrar aquela peça que esta a muito esquecida e que foi a única que voce gostou, e ela te entrega com um sorriso satisfeito no rosto. Aquele carinha no metro que lê o seu livro favorito. Aquele carinha com uma camisa do show que você acabou de sair, e vocês entram num papo incansável e se tornam melhores amigos de sempre. Aquele livro novo, aquele disco que é tão maravilhoso que não se para de ouvir. Aquela comida que é a única que voce consegue pensar com toda fome do mundo, ou fome nenhuma.
E é gostoso se apaixonar.
E aquela simples troca de olhares pode fazer daquele dia o melhor dia, daquele momento o melhor momento. Daquela historia mais uma historia boa que é gostoso de ser lembrada.
Todos precisamos nos apaixonar mais e mais. Precisamos nos libertar das amarras sociais que dizem que olhar pro lado é feio.
Olhe pro lado e veja se não ha alguém apaixonável perto de voce...

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Algo antigo encontrado no fundo da gaveta.

Ela parou pra pensa por um segundo ou dois, tempo esse que pareceu uma eternidade.
Tomou uma dose de coragem e correu. Correu como nunca na vida.
E enfim o encontrou...
Em meio a soluços ofegantes ela pediu o silêncio dele, pois ela havia tomado coragem pra ir até ali. E se ela não falasse, poderia ser tarde de mais.
Olhou no fundo dos olhos dele, ficou sem graça, desviou o olhar, respirou fundo e disse: 'eu te amo'.
E tentou correr pra bem longe, mas não conseguiu se mover...
À declaração seguiu um longo silêncio...
Ele a abraçou de um jeito doloroso e se desculpou, não sentia o mesmo. Não poderia sentir.


E ela acordou
E tudo não havia passado de um sonho
E ela se calaria pra sempre

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ela estava ali, sentada naquele lugar em que jamais estivera, não conhecia ninguém, ninguém se importava. Aquela dor insuportável ainda estava presente, e ela não sabia como fora parar ali. Ao longe ela via uma pessoa que ela pensava jamais conhecer, mas que a encantara de tal maneira que doeu mais. Ela gostara dele, mas ele era tão lindo, tão descolado, tão auto confiante, jamais olharia praquele ser decrépito sentado ao meio fio com uma garrafa de tequila pela metade em uma mão e um maço de cigarro barato em outra.

Ele conhecia todo mundo, estava ali praticamente todos os dias, estava sempre enturmado, mas ao mesmo tempo se sentia isolado, cansado de ter mais do mesmo. Foi quando viu aquela garota ali, sozinha, com um olhar misto de assustado e ferido. Mas por trás de toda aquela dor ele conseguia ver uma pessoa doce e bela. Ele precisava conhecê-la.

Ele se aproximou. Ela sorriu sem jeito. Ele pediu um trago. Ela deu. Beberam toda a tequila, fumaram todo o cigarro, conversaram por horas. Trocaram olhares interessados e se beijaram ardentemente. Um beijo doce, mas cheio de fome. Fome um do outro, fome de aventura, fome de desejo, fome de algo mais. O dia amanheceu, eles se foram. Combinaram de reencontrar um dia, quem sabe. Ambos queriam sair dali juntos, mas não podiam.


Ele voltara ao local em que sempre estava. Ela voltara ao local em que o conhecera. Ele estava com outra. Ela tinha outro a esperar por ela em algum lugar. Ela queria estar com ele, ele estava com mais uma da lista. Mas aquele beijo nunca mais se repetiria.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

As coisas podem ser muito dolorosas as vezes. A indecisão, a dúvida, a arrogância de achar que está fazendo o melhor para todos, o medo de desistir, o pânico de pensar em mudanças.
Tudo isso unido a desejos alheios as nossas escolhas e a prazeres puníveis transformam a mente humana em puro caos.

Sonhos são mais dolorosos quando a realidade não acompanha.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

As coisas têm estado cada vez mais difíceis. A vida as vezes é dura. O destino? Irônico.

Mais uma vez caio na mesma história, mais uma vez tenho o mesmo dilema, mais uma vez percebo que a Aline só existe na TV.

Amor puro, sincero e verdadeiro pode ser maltratado? Pode ser pisoteado? Pode ser desperdiçado?
Como uma pessoa que ama puramente alguém pode fazê-la sofrer tanto? Como alguém tão novo pode desistir da vida antes mesmo dela começar?

O que fazer quando se está frente a uma situação que te magoa, mas que a mudança não depende em nada de você?
Fugir, abandonar, deixar de lado? Nada disso é opção. Porque? Porque eu não quero, não abro mão. Sou burra, sou cabeça dura, sou insistente. Amo. Amo muito. Mesmo não tendo nada de comum, mesmo não concordando em muitos pontos.

Porque, mesmo com tanto amor, a mente se desvia pro caminho errado?
Mesmo esse caminho tendo uma barreira, uma placa gigante de "Não passe", mesmo tudo indicando que esse caminho é completamente errado, que esse caminho não vai te levar a lugar nenhum, mesmo com toda curtição que tem por ele.

Porque que tantas coisas podem mudar em uma pessoa, mas o principal não muda?