quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer."


Clarisse, música essa que já fez parte de sua vida por décadas.. Porém, ela tinha parado de se cortar quando seus problemas apareciam.. Era muito melhor chorar, conversar com alguém, escrever ou coisas assim.. Porem ela chegou em um momento de sua vida que nada mais dá certo.. Seus problemas se acumulam em sua mente confusa e as vezes infantil, os concelhos que se ouve não fazem mais efeito, conversar com alguém só faz a culpa ser maior ainda.. Chorar já é rotina..
E assim ela se lembra que se cortar um dia já salvou sua alma da dor penetrante.. E se corta mais uma vez.. Sem mais o medo da morte que já sentiu um dia, quando outras coisas ajudavam..
Enquanto ela se corta, ela se esquece dos amigos, dos sonhos, e da dor que a consome segundo após segundo.. Quando ela termina e sangra, e vê seu sangue jorrar, se sente feliz, pois a dor sumiu, virou algo físico, que se pode curar com um curativo, ou um analgésico forte..
E ela lembra dos amigos, e sabe que não vai morrer..
Não se arrepende do que fez, e sabe que fará de novo..
E quando seus cortes já não passam de arranhões, ela sabe que alguém que ela ama um dia vai descobrir, e ela vai chorar..
Mas sabe que não vai mais parar..

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